Tuesday, 19 December 2017

Éramos Seis – Maria José Dupré


Primeiro livirnho dos demais que virao da coleção de livros da casa no 1.

Estava lendo quando percebi que ha um bloco de paginas que se descolaram do livro e estao perdidas por ai, portanto tive que recorrer a edicao ebook em um bom capitulo, eu sobrevivi, pra minha surpresa, quando voltei ao livro fisico e continuei o capitulo, algumas paginas a diante la estavam as benditas paginas perdidas. O livro simplesmente nao foi revisado.

Eu ja conhecia a historia pois me lembrava vagamente da novela do SBT de mesmo nome que foi baseada no livro (ja estou vendo se assisto uns capitulos pelo youtube pra matar a saudade). Mesmo assim foi uma boa surpresa ler sobre Sao Paulo nos anos 1920. A casa da familia fica na Avenida Angelica, que fica pertinho do Mackenzie entao foi bom passear por ali. No livro a gente acompanha a historia narrada pela D. Lola sobre sua familia e seu perrenge por ser pobre. As intrigas dos irmaos ao longo dos anos vao se tornando mais serias.

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Hoje e dia 08/01 e eu estou tentando voltar a rotina, estou um pouco perdida, mas acho que postando aqui ira me ajudar. Vou inserir aqui o que escrevi no meu caderno de ideias logo quando terminei de ler o livro, no final do ano:

"Acabei de terminar o livro as 22:13 do dia 21 de dezembro. Que livro!
A combinacao do livro triste e eu sozinha em casa so poderia ter dado em um resultado: chorei demais, alias acho que o verbo mais correto seria me esguelei! Botei a musica classica que ela menciona no livro: Berceuse from Jocelyn (praticamente li o livro todo ao som dessa musica!) Chorei, chorei, chorei. O livro e' tocante demais. Me identifico cada vez que ela fala sobre as memorias da infancia dos filhos, sobre ter esse sentimentalismo sobre os cantos da casa e as memorias que cada comodo tras. De um tempo que nao volta jamais. Quando ainda eramos criancas e estavamos todos juntos. Quando eramos cinco".


(coleção casa dos Bragas)

Monday, 4 December 2017

Maria Ribeiro - Trinta e oito e meio


Achei que o livro fosse ser mairozinho, ja estava de olho nele ha um tempo, mas nao valia a pena comprar e-book por que sairia o mesmo preco, e prefiro ter em maos se o preco e o mesmo.

Livrinho que daria pra ler em um dia, eu li em uns dois. Sao pequena historias, episodios da vida de Maria. Doce de se ler quando gosta da pessoa dela. Bem menininha, bem delicado e rozinha.

(Saraiva shopping Analia Franco R$ 20,90)

Tuesday, 17 October 2017

A Confissão de Lúcio - Mário de Sá-Carneiro

Comecei esse livro fininho na viagem para ou BH ou Curitiba em Junho de 2014, mas acabei nao lendo. Entao trouxe ele para Ingletarra e so hoje eu teminei, 17 de Outubro de 2017. Comecei a le-lo dia 13 de Outubro, pois o peguei para outra viagem, dessa vez para Paris, viagem de Eurostar que ganhei de aniversario esse ano. Pois li na ida, sexta-feira 13, e depois li na volta domingo dia 15. Foi quando o livro me fisgou, a partir dali eu ja estava intrigada para saber o que aconteceria depois e depois...
Apesar de achar que eu ja sabia o que estava acontecendo ali, eu queria saber o que de fato estava acontecendo, aquele misterio todo com dupla personalidades me intrigou. Gostei do final, foi bem coerente.

Depois li sobre o autor e vi que ele se suicidou quando tinha apenas 25 anos, e justamente no hotel que quase passamos na frente quando estavamos em Paris (eu deveria ter visto o endereco antes!).

Autores portuguese me intrigam, mas autores que se suicidam me intrigam muito mais. Quero saber o por que, quero entender o que faz uma pessoa achar que nao ha absolutamente NADA mais que a faca querer continuar a viver. Com 25 anos de idade, como e possivel fazer esse julgamento? (Apesar que os tempos eram outros, estamos falando de 1915). Ando pensando bastante sobre o assunto depois que minha queria amiga Yulia tambem decidiu ir embora. Seria uma decisao momentanea? Seria algo planejado ha tempos mas que so por algum motivo (e qual seria esse?) so agora encontrou coragem para o fazer? Nao compreendo, a vida ja e tal curta natualmente, para que apressa-la? O que pode ser TAO ruim assim para querer partir cedo? Eu tenho medo da morte, lendo Sylvia Plath foi uma abertura para eu poder ouvir e pensar mais sobre esse fato que todos nos estamos fadado. Antes, pela minha cultura brasileira, era quase que proibido falar sobre o assunto. Parece que nao se pode falar ou pensar sobre o assunto, as pessoas tem medo, como se fosse a atrair-la. Eu so tenho medo da morte em si, nao de falar sobre ela, pensar sobre ela, tentar entrar em um acordo, tentar entende-la. Por isso acho a Sylvia tao boa, ela quebra essa regra, ela fala da morte constantemente, ela a contempla. Enfim, dei uma volta e vou terminar dizendo que quero ler mais autores portugueses.

(coleção casa dos Bragas)

Tuesday, 19 September 2017

Persepolis - Marjane Satrapi

(ganhei da Carine do trabalho)

Tuesday, 29 August 2017

Prisioneiras - Drauzio Varella

O Drauzio é um escritor de mao cheia mesmo. Adoro a escrita dele!

Esse livro é diferente dos outros dois que ele escreveu sobre o sistema prisionario de Sao Paulo. Dessa vez ele falou comigo de um jeito que nos outros dois (Carandiru e Carcereiros) nao aconteceu. O fato é que se trata de um livro sobre mulheres. Mulheres essas que na maioria das vezes, por conta das circunstancias que se encontram quase que nao tendo outra alternativa se nao a cometer um delito, se envolver no crime, e por consequecia acabar Prisioneira.

Li o livro em poucos dias e é o tipo de livro que nao da para largar. Ele fica na cabeca, voce quer saber o que acontece com aquelas mulheres, e no meu caso, principalmente o que fez com que elas fossem parar ali. Por vezes enquanto eu estava tao envolvida com aquelas historias eu acabava esquecendo que quem estava contando era uma mulher que acabou presa. Antes disso elas passaram por tantas coisas, por tantas desgracas que, talvez porque normalamente quando escutamos historias de desgraca ja meio que estamos condicionados a ouvi-las pensando que no final tudo vai ficar bem, e sera mais uma historia com o final feliz. So que nao, eu me perdia nas historias, e quando o crime acontecia e elas acabavam presas eu ficava pasma. Que historias eram aquelas! Que vida! Quanto trauma, quanta tragedia e desgraca, ali, do lado de casa!

Quando terminei o livro no meu quarto, o cheiro dos travesseiros tomando sol na janela me fez ter aquela fracao de segundo em que voce sente que tudo na sua vida é perfeito, e depois voce volta a relaidade. Livros como esse faz voce pensar como sua vida é boa e que a gente nao da o valor devido a esse fato!
(lelivros.com)

María Dos Prazeres - Gabriel García Márquez

(lelivros.com)

Sunday, 30 July 2017

Lampião a Raposa das Caatingas - José Bezerra Lima Irmão

Comecei esse livro gigante sobre a vida de Lampião, ele é realmente gigante, tem 740 paginas e esta em um formato de A4.
Ate agora o livro esta otimo, mas ao mesmo tempo que eu estou adorando as referencia, sao tantos dados que as vezes eu me perco um pouco. É o tipo de livro que voce precisa estar 100% atenta aos nomes (que sao muitos) e aos lugares. E como um faz relacao com o outro. Sao muitas brigas de familia, entao a familia tal é inimiga da tal que se aliou com a tereceira familia tal, e aquela outra familia se juntou para vingar-se. Vou e volto varias vezes nos nomes e nas informacoes.

A morte do pai do Lampião é um dado super importante, que tive que reler algumas vezes pra ver se fica na minha memoria. Foi na verdade um acaso, a volante procurando baderneiros e caiu na casa do Jose Ferreira, chegou e nem perguntou, mandou bala. A partir de entao as coisas ficaram bem diferentes no Nordeste.

Dos varios livros que ja li sobre o assunto o que mais me supreende é o fato de que sempre a policia é mais filha da puta que os proprios bandidos. Eita Brasilzao da porra.

TO BE CONTINUED....

(Prof Pereira- Cajazeiras)



Tuesday, 11 July 2017

Letters of Note: Correspondence Deserving of a Wider Audience - Shaun Usher

(purchased from amazon)

Little Children - Tom Perrotta

Recommended by Tati Feltrin, as one of her favorite book, but farrrr to be my favorite! It was ok, nothing special and wouldn't necessarily recommend to anyone, really. Not sure if I will watch the movie...
(bought from amazon £0.01 + postage £2.80)

The Journals of Sylvia Plath 1950-1963

Yes, I finally finished Sylvia's journals.

(I read half the book in July 2016, and now the second half).

My aim was to finish the book before my birthday 27th July but as soon as I restarted it I just couldn't stop, and it was all done within a few days. I would definitely say this 'second' part of my reading was better than the first time. As the years go by Sylvia's problems changes, from finding a boyfriend to the struggle of a married woman (wife of Ted Hughes)

The book, being her journal, is very honest and intense, thing you wouldn't say, but write, and only to yourself. So when I started reading the book some parts were making me quite blue, Sylvia was down, I was down. But somehow the second time I took the book I was ok, Sylvia seemed a bit better too (or maybe I just got used to her).

I have to confess I am sort of addicted to Sylvia, her writing and her story. After finishing the book I thought I would feel relief and move on from her (after almost a year to finish this book), but it was quite the opposite, and I just ended up purchasing something I saw in the last pages of the journals, her short stories book Johnny Panic and the Bible of Dreams. So here we go again...


Segredo de Justiça – Andréa Pachá


(lelivros.com)

Monday, 26 June 2017

My Bloody Roots – Max Cavalera


Nao consegui achar esse livro em ingles, entao nao sei dizer se o que nao me agradou foi a escrita ou a traducao. Eu tenho uma impressao de ter sido a traducao, uma pena. Nao sou nem proxima de ser fa das bandas de heavy metal, mas gostei da historia do livro, e de saber mais de como uma banda BR foi parar no estrangeiro. Roooooots bloody roooooots.

(lelivros.com)

Friday, 23 June 2017

Lumberjanes Vol. 1 - Grace Ellis & Noelle Stevenson

It was ok but I'm not sure if I'm reading Vol 2
(Graphic novel from Guildford library)

Wednesday, 7 June 2017

A Vida Não é Justa – Andréa Pachá

Eu realmente gosto de livros desse estilo. Vou colocar a historia que me fez chorar.

 Papai Noel não existe
Atrasada para o início das audiências, não pude deixar de reparar na menina sentada na porta da sala, ao lado de um senhor. Vestida para uma festa, mal se mexia para não amassar a roupa. Aos dez anos, os olhos brilhavam. A ansiedade era perceptível pelo movimento das perninhas que não alcançavam o chão e balançavam sem parar. Perdera a mãe aos cinco anos. Era criada pelo avô materno. Durante quatro anos, seu Arlindo fez o que pôde pela neta. Era lavrador. Do seu trabalho tirava o mínimo para a sobrevivência. Com as necessidades da criança aumentando, faltou dinheiro para o seu sustento. Agora, ela precisava de uniforme, de sapato, de uma roupinha melhor. Ele segurou sozinho enquanto possível. Quando ameaçou faltar comida, fez o que já era para ter sido feito há quase uma década: entrou com um processo de investigação de paternidade. A neta tinha um pai e ele devia contribuir com algum dinheiro. Preferia violar a promessa que fez à filha de nunca procurar Emerson a ver Jade passar fome. Fizeram o exame de DNA e compareceram à audiência. O avô, antes mesmo de verificar o resultado do laudo, mandou a neta se arrumar para conhecer o pai. — Sim, era aquele moço que estava no hospital quando foram tirar sangue. Ele não falou com você porque não sabia que era o seu pai. Mas agora ele vai saber. Emerson chegou atrasado. Franzino, aos 26 anos, mais parecia um irmão adolescente de Jade. Como já estava um pouco atrasada com a pauta e o exame de DNA foi positivo, abreviei a conversa. — Vocês já devem ter visto o resultado. O senhor trabalha com o quê? — Como assim?! Eu sou o pai?! — perguntou, aflito, o rapaz. Confirmado o fato, Emerson começou a chorar convulsivamente, segurando a cabeça entre as mãos e evitando olhar para a menina. — Não pode ser! Não pode ser! — gritava descontrolado. Imediatamente, pedi a Jade que esperasse no cartório. Os funcionários cuidariam dela enquanto eu tentava entender aquela reação inusitada. Tremendo muito, balbuciava palavras incompreensíveis. Esperei que se acalmasse e disse: — Rapaz, não precisa desse show. Você fez um exame. Sabia que a menina podia ser sua filha. Para que esse comportamento agora?! Parece um adolescente... — Doutora, eu não quero, não posso ter filha. Acabei de casar. Não pode ser verdade! Não foi fácil retomar a palavra. Os soluços de Emerson interrompiam qualquer tentativa de diálogo. Aguardei mais um tempo e prossegui: — Você conhecia a mãe de Jade? Se relacionou sexualmente com ela há dez anos? — Eu tinha 16 anos, doutora! Ela era muito mais velha que eu. A gente morava perto. Eu nunca tinha feito aquilo. Ela me atiçou, me provocou. Dizia que eu não era homem. Quando eu saía da escola, ela me esperava, me levava pra casa dela... Eu era um menino! Como é que eu podia adivinhar que aquela barriga que ela botou era minha?! — E continuou: — Nunca mais eu soube dela, nem de filha nenhuma. Ai, minha Nossa Senhora!... Minha mulher não vai acreditar em mim. Cabisbaixo, o avô de Jade, envergonhado, falou baixinho: — Ela não era moça comportada, não, doutora. Não posso tirar a razão dele. Ela foi pra minha casa ter a menina e nunca quis procurar o pai. Eu jurei pra ela que nunca ia contar pra ele, mas a menina tá precisando. Eu não tenho condições de continuar com ela. Se ele não ajudar, a senhora resolve como é que vai fazer... eu não posso mais ficar assim desse jeito... diz que tem uns internatos que a senhora pode mandar... Foi com uma dificuldade enorme que, depois de algumas horas, consegui fazer Emerson entender que era necessário registrar a filha. Não era culpa dele. Muito menos da menina. Toda criança que nasce tem direito a um pai e uma mãe. Ele concordou. Os pais têm obrigação de sustentar seus filhos. É da lei. Mais do que isso, é um comando natural. Nenhum bicho deixa o filho morrer de fome. Ele trabalhava. Podia sustentar a filha. Embora intransigente no começo, assentiu com a proposta. Com a mulher ele se entenderia. Era só dizer a verdade. Quando tudo parecia estar resolvido, emergiu o maior e mais difícil conflito do processo: Jade estava no corredor. Queria conhecer o pai. Queria passear com ele. Só falava nisso desde o exame de DNA. — Eu vou registrar, vou pagar a pensão, mas, pelo amor de Deus, doutora, eu não quero ver a menina. Fiquei desesperada. Pela primeira vez, em toda a minha vida profissional, eu não tinha a menor ideia do que podia fazer. Sempre tive um discurso articulado no sentido de que se um homem não quer um filho, que use camisinha ou faça uma vasectomia. Mas aos 16 anos e naquela história? Impossível. Ele não era obrigado a conhecer a filha ali. Não era obrigado a desejar uma aproximação com uma criança que, para ele, era a representação de um relacionamento forçado do passado. Eu já havia visto muitas mulheres passando por uma situação parecida, mas um homem era a primeira vez. Embora algumas decisões da justiça digam que o amor e o cuidado são obrigatórios e sua falta pode ser ressarcida com dinheiro, esse nunca foi meu entendimento. Jamais compreendi de que maneira a patrimonialização do afeto pode recompor um conflito ou reconstruir relações familiares esgarçadas. Fico sempre com a sensação de que, nesses casos, quem tem dinheiro tem direito ao desprezo com pagamento à vista. Refletia sobre isso, enquanto Jade, no corredor, esperava para conhecer o pai. Deve ter idealizado aquelas cenas de programa de domingo, com uma música ao fundo, um abraço apertado e lágrimas para coroar as perdas que já experimentara ao longo da vida. Não tive dúvidas: pedi licença ao defensor e convidei Emerson para falar em particular no meu gabinete. Ainda soluçando, ele repudiava qualquer aproximação. Fiz um apelo verdadeiro: — Cara, eu imagino o que você está passando e o que está sentindo. Eu não sei como vou dizer para aquela menina linda que se arrumou toda para conhecer o pai que você não quer saber dela. Chamei você aqui porque não tenho coragem de fazer isso. Ele chorava. Eu chorava. Prossegui: — Você vai me fazer um favor. Vou chamar ela aqui no gabinete, sem mais ninguém por perto. Posso ficar, se você preferir. Vamos, juntos, explicar para ela que tudo isso é muito novo, que você está surpreso, mas que o tempo vai ajudar. Depois, você pode ir embora. Emerson reagia como um menino desprotegido e com medo. Implorei: — Emerson, você é muito novo, mas a Jade tem só dez anos. Já perdeu a mãe. Faz um esforço, por favor! Engole esse choro. Jade entrou. Eu falei por ele sobre o reconhecimento da paternidade, a pensão e sobre o tempo necessário para uma aproximação. Mesmo sem capacidade para perceber a densidade da situação, Jade, confrontada com a verdade, assimilava e entendia o que ouvia. Parecia uma criança diante da revelação já conhecida de que Papai Noel não existe. Num esforço sobre-humano, Emerson acariciou a cabeça da menina e com um beijo, sem olhá-la nos olhos, despediu-se. Abracei Jade apertado. Elogiei muito o seu vestido e a sua inteligência. Custei a me recompor para retomar as audiências. Nunca me senti tão triste e tão impotente.

(lelivros.com)

Espero Alguém – Fabricio Carpinejar

Quero ler todos os livros do Carpi-Nejar, mas estou tentando ler os classicos e um livro de cada autor ao inves de varios do mesmo!
(lelivros.com)


Sunday, 4 June 2017

A Insustentável Leveza do Ser – Milan Kundera

A palavra que mais li no livro foi: muss es sein? ou es muss sein, tem que ser. (que parece 37 vezes durante todo o livro!)

Curti muito o comecinho do livro, aqui esta essa parte:

Primeira Parte

O PESO E A LEVEZA

O eterno retorno é uma ideia misteriosa de Nietzsche que, com ela, conseguiu dificultar a vida a não poucos filósofos: pensar que, um dia, tudo o que se viveu se há-de repetir outra vez e que essa repetição se há-de repetir ainda uma e outra vez, até ao infinito! Que significado terá este mito insensato? O mito do eterno retorno diz-nos, pela negativa, que esta vida, que há-de desaparecer de uma vez por todas para nunca mais voltar, é semelhante a uma sombra, é desprovida de peso, que, de hoje em diante e para todo o sempre, se encontra morta e que, por muito atroz, por muito bela, por muito esplêndida que seja, essa beleza, esse horror, esse esplendor não têm qualquer sentido. Não vale mais do que uma guerra qualquer do século XIV entre dois reinos africanos, embora nela tenham perecido trezentos mil negros entre suplícios indescritíveis. Mas algo se alterará nessa guerra do século XIV entre dois reinos africanos se, no eterno retorno, se vier a repetir um número incalculável de vezes? Sem dúvida que sim: passará a erguer-se como um bloco perdurável cuja estupidez não terá remissão. Se a Revolução Francesa se repetisse eternamente, a historiografia francesa orgulhar-se-ia com certeza menos do seu Robespierre. Mas, como se refere a algo que nunca mais voltará, esses anos sangrentos reduzem-se hoje apenas a palavras, teorias, discussões, mais leves do que penas, algo que já não aterroriza ninguém. Há uma enorme diferença entre um Robespierre que apareceu uma única vez na história e um Robespierre que eternamente voltasse para cortar a cabeça aos franceses. Digamos, portanto, que a ideia do eterno retorno designa uma perspectiva em que as coisas não nos aparecem como é costume, porque nos aparecem sem a circunstância atenuante da sua fugacidade. Essa circunstância atenuante impede-nos, com efeito, de pronunciar um veredicto. Poderá condenar-se o que é efémero? As nuvens alaranjadas do poente iluminam tudo com o encanto da nostalgia; mesmo a guilhotina. Não há muito, eu próprio me defrontei com o fato: parece incrível mas, ao folhear um livro sobre Hitler, comovi-me com algumas das suas fotografias; faziam-me lembrar a minha infância passada durante a guerra; diversas pessoas da minha família morreram nos campos de concentração dos nazistas, mas o que eram essas mortes comparadas com uma fotografia de Hitler que me fazia lembrar um tempo perdido da minha vida, um tempo que nunca mais há-de voltar? Esta minha reconciliação com Hitler deixa entrever a profunda perversão inerente ao mundo fundado essencialmente sobre a inexistência de retorno, porque nesse mundo tudo se encontra previamente perdoado e tudo é, portanto, cinicamente permitido.

2
Se cada segundo da nossa vida tiver de se repetir um número infinito de vezes, ficamos pregados à eternidade como Jesus Cristo à cruz. Que ideia atroz! No mundo do eterno retorno, todos os gestos têm o peso de uma insustentável responsabilidade. Era o que fazia Nietzsche dizer que a ideia do eterno retorno é o fardo mais pesado (das schwerste Gewicht). Se o eterno retorno é o fardo mais pesado, então, sobre tal pano de fundo, as nossas vidas podem recortar-se em toda a sua esplêndida leveza. Mas, na verdade, será o peso atroz e a leveza bela? O fardo mais pesado esmaga-nos, verga-nos, comprime-nos contra o solo. Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é também, ao mesmo tempo, a imagem do momento mais intenso de realização de uma vida. Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é. Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, fá-lo voar, afastar-se da terra, do ser terrestre, torna-o semi-real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes. Que escolher, então? O peso ou a leveza? Foi a questão com que se debateu Parménides, no século VI antes de Cristo. Para ele, o universo estava dividido em pares de contrários: luz-sombra; espesso-fino; quente-frio; ser-não ser. Considerava que um dos pólos da contradição era positivo (o claro, o quente, o fino, o ser) e o outro, negativo. Esta divisão em pólos positivos e negativos pode parecer de uma facilidade pueril. Excepto num caso: o que é positivo: o peso ou a leveza? Parménides respondia que o leve é positivo e o pesado, negativo. Tinha razão ou não? O problema é esse. Mas uma coisa é certa: a contradição pesado-leve é a mais misteriosa e ambígua de todas as contradições.

(lelivros.com)

Wednesday, 24 May 2017

A Desumanização - Valter Hugo Mãe

Pesado, achei que pelo fato de ser um livro pequeno eu pudesse ler entre um e outro, acho que nao estava psicologicamente preparada para o Valter Hugo Mae. Me pareceu que cada frase do livro foi pensada 100 vezes antes de ser escrita, parece poesia, a melhor escolha das palavras a cada frase, impressionante. Agora sei porque dizem tanto desse escritor Angolano- Portugues! (e um fofo em entrevistas!)
(lelivros.com)

Like A Mule Bringing Ice Cream To The Sun - Sarah Ladipo Manyika

I got attracted to this book because the first page I opened the author mentions Candomblé and Brazil. It turns out it was the ONLY part in the book these were mentioned. Nevermind the book was alright. It made me think about writing things that are not in my life, give a life to a character that I wish was mine life, or live a life that is not mine for a moment, and control that life, just a thought.

This is the part I most sympathised in the book:

I think of cousins and wonder what it might be to reconnect with them, to live nearby. I've even contemplated living closer to Caesar, not because I miss him, particularly, but because we share memories of people and places that few others now remember. But even as I find myself searching the Internet for homes in Ikyi, I know that I'm not likely to feel at home in such crowded city. I remember how it floods during rainy season. I remember the power cuts and the unruly traffic, and I remember how few bookshops there are, how few cafe and museums. Deep down, I know that my desire to return comes more from nostalgia than a genuine longing to return. Those days of being able to deal with the daily headaches of Lagos (I read Sao Paulo) life are gone. In any case it's to Jos (I read Santos), the city of my childhood, that I'd most like to return. But this is even more implausible. Jos/ Santos used to be a place of serenity, of cool, plateau weather, not the anxious city it is today with the constant fears of random acts of violence. [...] all that really remains are the memories. (page 5)

(Guildford library)

Rubem Braga - Ai de ti, Copacabana!

(lelivros.com)

Monday, 1 May 2017

Orlando – Virginia Woolf

A primeira parte do livro estava muito boa, mas do meio pro final eu fiquei menos interessada. A historia e' boa, muito intrigante como aquele homem vira mulher! Da proxima vez que ler Virginia espero ler em ingles!

(lelivros.com)

Trinta e poucos - Antonio Prata

Descobri um novo amor, cronicas...

(lelivros.com)

Sunday, 30 April 2017

Cândido ou o Otimismo – Voltaire

Sabe a palestra de motivação de Joseph Climber? Essa e a historia de Cândido!

(lelivros.com)

Thursday, 20 April 2017

Nú, de Botas – Antonio Prata

Gostei bastante das memorias do Antonio, me identifiquei muito com elas, acho que sempre quis escrever um livros assim, de memorias. Quero ler mais do autor.



Friday, 24 March 2017

O Evangelho Segundo Jesus Cristo - José Saramago

(livro que a Marina, minha prima, trouxe quando veio pra ca em Maio de 2015)


So criei vergonha na casa pra ler esse livro por que a Tatiana Feltrin do canal do youtube TLT fara uma resenha sobre esse livro no mes de Abril e eu queria ler antes para acompanhar o video-resenha.
Eu ja tinha comecado o livro uma vez, mas o Saramago me deixava um pouco, digamos, irritada, com o fato de nao colocar pontuacao ou paragrafos nos seus livros. Quando eu comecei, acho que nao tive paciencia de continuar, enfim. Terminei o livro hoje, dia 02/04/17, achei que fosse demorar um tempao, mas fui super rapida.

Achei que fosse ser um livro um pouco mais polemico do que realmente eh. Achei que por ter sido censurado em Portugal, fosse um livro completo de controversas. A verdade eh que ele eh, mas nem taaanto assim. O intuito foi mais de humanizar o tal Yoshua (AKA J.C.) e criticar o catolecismo, do que ofender a religiao.

Se uma pessoa nao quisesse ler o livro todo, diria que pelo menos lesse as duas passagens onde Yoshua se encontra com Deus. Para mim foram as melhores partes do livro. A melhor de todas, diria que foi bem no final do livro, SPOILER ALERT * quando Yoshua esta no barco no meio de um nevoeiro, junto com Deus e o Diabo, e o ultimo, dizendo que apesar de ser quem eh, ainda possui coracao, e que gostaria de fazer uma proposta, e diz, para evitar todas as mortes que virao a acontecer por conta de Deus (desde os fieis que foram mortos justamente porque acreditavam em Deus, e mais tarde com as Cruzadas, e Inquisição pelo motivo contrario daquele, por duvidarem de suas crencas), o Diabo sugere a Deus que ele (Diabo) deixaria de existir se, com isso pudesse evitar a tudo que vem acontecer depois da morte de Yoshua. Deus entao diz que nao poderia isso fazer, pois ele mesmo precisa existir, e sem o Diabo, nao ha Deus, sem o mal, nao ha o bem. E portanto, todas as mortes nao puderam ser evitadas. Achei essa troca de papeis muito bem colocada, na historia a gente ver que eh muito comum aqueles que pregam o amor e paz com guerras e derramando sangue.

Tambem acho que aprendi mais sobre a historia da biblia, so nao sei exatamente onde esta o corte entre a historia contada no livro sagrado e a historia contada por Saramago. Estou pensando em pegar aquela biblia para criancas pra dar uma olhada nos tais contos de fada que ouvi falar no livro.

Sunday, 12 March 2017

Friday, 10 March 2017

Estação Carandiru – Drauzio Varella

Sessao Drauzio!
Gostei bastante do livro, agora quero assistir o filme e ler Carcereiros.

(lelivros.com)

Monday, 6 March 2017

O Médico Doente – Drauzio Varella

Gostei muito como todos os livros de Drauzio ate agora. Esse fala sobre a morte, ou o fato de chegar perto dela, pelo ponto de vista de uma pessoa que tratou de doentes terminas boa parte da vida.

(lelivros.com)

Sunday, 12 February 2017

Por um Fio – Drauzio Varella


Livro de Drauzio que fala sobre os pacientes terminais que tratou (acredito que continua tratando) enquanto medico oncologista. 

Super interessante sua experiencia e as historias que compartilhou conosco sobre a vida dessas pessoas. De um modo geral todos aquele pacientes estavam menos preocupados com a chegada da morte em comparacao aos familiares dos mesmos. Gostei muito.

(lelivros.com)

No Mar – Toine Heijmans


Meus Desacontecimentos – Eliane Brum


Monday, 9 January 2017