Friday, 25 July 2014

Os homens de barro - Ariano Suassuna

Lendo a obra que deixou que presto minhas homenagens aquele que morreu dias atras, meu escritor preferido, aquele que despertou uma das minhas maiores paixões. Li todos os seus livros em circulação, e até hoje procuro aqueles esgotados. Assisti milhares de vezes o filme O auto da Compadecida, até me dar conta que sei falas de cor. Fui até o sertão da Paraíba conhecer a cidade de Cabaceiras onde o filme se baseia. Assuntos que através dele estou sempre querendo saber mais, como o cangaço, Capitão Lampião, guerra de Canudos, Sebastianismo, padre Cícero. Me encantei com a historia da Pedra Bonita e a crença do povo. Me apaixonei por xilografia e sigo tentando fazer um pouco dessa arte. Sou feliz por ter conhecido um pouco mais de suas obras e sinto sua morte. Mas não há nada a ser feito, pois "tudo que é vivo, morre".
Escolhi esse livro porque foi seu unico livro que nao gostei quando li pela primeira vez. Essa sendo a segunda, ainda continua sendo o que menos gosto. Tem alguns trechos que sao bons, mas a historia pouco desfeixe tem, nao acontece e desacontece coisas como nos outros, talvez por ser um livro bem pequeno, que se le em poucas horas. Gosto do local onde a historia passa, mas pouco me identifiquei.
A trama se passa na Pedra do Reino (Sao Jose do Belmonte-PE), onde por pecados, duas familias tentam se redimir com Deus contruindo um Anjo que apareceu em sonho para um deles. Querem coloca-lo no topo da Pedra para que Deus o veja. Mas um dos filhos se diz nunca ter sido feliz nas Pedras e que quer sair de la com sua garota. O pai e totalmente contra dizendo que la que eles pertencem, e que essa tarefa de contruir o anjo e uma bencao que lhes foi dada.
Se tivesse que escolhei uma passage talvez escolheria essa:
Abel -  Nao basta, meu Pai! Eu nunca fui feliz aqui.
Elias - Ninguem e feliz em canto nenhum! E preciso aceitar o destino que nos foi dado.
Alguns segredos sao descobertos, sangues sao escorridos novamente pela Pedra, e se acaba assim.


Livro comprador online no Brasil- nao me lembro o valor

Wednesday, 23 July 2014

Gente de Lampião Dadá e Corisco - Antônio Amaury Corrêa de Araújo

Comecando pelo comeco sempre ajuda quando nao se sabe por onde comecar:

Eles:
Cristino Gomes da Silva Cleto, vulgo Corisco - Água Branca - Alagoas 10 de Agosto de 1907 a 25 de Maio de 1940, Jeremoabo - Bahia

Sérgia Ribeiro da Silva, vulga Dada - Belém do São Francisco, 25 de Abril de 1915 a Fevereiro de 1994, Salvador - Bahia

Em 1924, Cristino foi convocado pelo Exército Brasileiro para cumprir o serviço militar. Em uma briga de rua Cristino matou um homem , no ano de 1926, e para nao ser preso tomou a decisão de aliar-se ao bando do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, Lampiao.

Quando Sergia ainda tinha menos de 14 anos foi com sua prima ate a casa de sua tia, onde encontrou Corisco pela primeira vez, ele apelidou-a de sussuarana. O cabra se engracou com ela, e em um segundo encontro a pegou pela forca e a violetou. Passado um tempo, Corisco apaixonado pela menina foi ate a casa dos pais dela e pediu para que se pai nao a casa-se pois ele voltar pra casar com ela. Voltou e a levou consigo a forca. Ficaram juntos por mais de uma decada e tiveram seis filhos.
O livro conta sobre alguns incidentes envolvendo o bando de Corisco. Alguns narrados por Dada em uma entrevista com o autor, outros narrados por pessoas que participaram do incidente, como no caso do tocador de acordeon.
O livro conta bastantes "causos" que nao teria graca se eu contasse aqui, perderia toda riqueza dos detalhes. Os capitulos sao divididos por historias mas que nao seguem a ordem cronologica dos fatos. Apesar de ter 329 paginas a letra e enorme, entao acabei lendo em tres dias, ou seja, a historia que li ha pouco ainda estava fresca na minha memoria quando um outro capitulo fazia referencia a mesma historia contando os mesmos detalhes, o que acaba sendo repetitivo.  Portanto, achei o conteudo do livro e rico e unico pois eram entrevistas feitas pelo autor diretamente da fonte, porem  foi colocado de uma forma um pouco desorganizada. Nao vou entrar em discussao sobre o preco do livro porque livros em geral no Brasil sao absurdamente caros.
Livro comprado por email do Professor Pereira de Cajazeiras por R$60

Capitão Jagunço - Paulo Dantas


Trouxe bastante livros do Brasil nessa minha ultima viagem, de 07/06 a 02/07. Este foi o primeiro que li, a partir daqui segue alguns livros sobre o mesmo tema: Guerra de Canudos e Cangaço.

O livro sendo em Portugues, passo a conta-lo na mesma lingua

Trata-se de um livro pequeno sobre o tal do capitão jagunço, que ao encontrar com o caixeiro viajante indo para Canudos lhe conta toda sua estoria, e pede que o ultimo lhe julge somente ao final dela.
A estoria e entao a seguinte:
O capitão era entao um simples sertanejo, muito feliz com sua mulher, mas que mesmo casado durante anos, ainda nao haviam tido nenhum filho. Ele passa a conhecer Antonio Conselheiro enquando este ainda nao era tao conhecido. Eles se tornaram amigos e o capitão conta que trocaram ate confidencias. Um tinha muito carinho e respeito pelo outro.
Quando Conselheiro modou-se para Monte Santo, o capitão decidiu que iria segui-lo e fincar raizes por la tambem. Porem ainda nao estava totalmente decidido, ainda mantinha sua casa e seu dinheiro republicano. Por um desafortunado acaso, os  jagunço da guarda catolica descobriram este ultimo fato e decidiram dar uma licao no recem chegado para dar lhe uma licao. O espacaram para matar, mas so nao assim o fizeram por ordens de Conselheiro, pela antiga amizade, porem sua casa foi atiada fogo e destruida e sua mulher morta.
Foi ai que capitão jagunço decidiu que estava do lado errado dessa Guerra e que nao iria ter pena dos jagunços, homens e mulheres que em Canudo estavam. Viajou de la ate Salvador para pedir pessoalmente que ajudasse a nova rebublica sendo guia na invasao e destruicao de Canudos.
Assim foi acertado, porem, capitão jagunço ja no caminho de volta de Salvador sentiu um certo arrependimento, pensou que aquelas pessoas que la estavam eram como ele, e que ao invez de ajuda-las estaria la para contribuir a sua morte. Deixou que esse arrependimento passasse com a lembranca de sua mulher morta por aquele que la estavam.

A Guerra se inicia com sua ajuda, ele descreve como viu de perto pessoas morrendo, e no pos-guerra como viu todos aqueles corpos de pessoas inoscentes ali jogados, sendo devorados por urubus e vermes. Se sentiu mal por daquilo ter participado, e nao do lado dos sertanejos como ele.

Acabada a Guerra, ele era naturalmente odiado pelos moradores sertanejo que ali ficaram, ele afinal de contas o traiam, mas achava que haveria um reconhecimento da parte dos republicanos combatentes. Para a sua descepcao e maior angustia, nao houve qualquer contato daqueles para com ele. Esquecendo-o assim que fizeram uso de suas habilidades, fora usado.

Capitão jagunço entao pede para que o caixeiro de Simao Dias lhe julgue, com paravras ou demostre em gestos se ele achara que o capitão fosse um homem que agiu como qualquer outro agiria, e digno de perdao, ou se era um picador traira que nao merecia ser absolvido. O caixeiro sem hesitar imediatamente lhe aperta a mao.

E assim termina...

O livro e bom, mas como eu ja li bastante coisa a respeito de Canudos, ele acabou nao acrescentando nada de muito novo. Achei uma descricao boa e simples para quem esta tendo contato com a Guerra de Canudos pela primeira vez. Li em alguns sites que a "estoria" na verdade e uma "historia", sendo o capitão jagunço um personagem-titulo real.




Livro comprador no dia 26/06 em um sebo de Curitiba por R$10